terça-feira, 8 de setembro de 2015

Discurso Dos Ventos / CINZA DOS OSSOS * Antonio Cabral Filho - RJ

Iniciando a série de 15 novos poemas
 neste livro, CINZA DOS OSSOS,
 o primeiro é
Discurso Dos Ventos

Cruzo as ruas
E seus hermeneutas
Desfilando discursos
Enfileirados

Seguindo a ordem unida
Das disciplinas disformes –
Ovos de serpentes extintas

Noto cobranças herméticas
Em prosas prolixas estéreis
Nos raios cortantes das pedras

Um vento frio repõe a poeira
Erguida pelos coturnos
De antigas marchas cinéticas

Tudo se move
Por entre os cubos de gelo
Da velha taça sempre inerte

E quando eu puder
Também farei discursos herméticos
Para os ouvidos moucos
Mas por ora
Ouçam o que dizem os ventos 
***

Nenhum comentário:

Postar um comentário